Fortaleza, CE

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Para Helen Hilário, a TI é a possibilidade real de mudar o mundo. A gestora de projetos do NIT/FeliciLab soube aproveitar sua visão de futuro e agarrou todas as oportunidades que a vida colocou no seu caminho.

 

Saber valorizar as oportunidades que a vida coloca no nosso caminho é uma habilidade essencial para aqueles que querem ir mais longe. Em tempos de extrema competitividade, na qual a maioria das pessoas vive uma busca frenética por um lugar ao sol, vale a pena entender quais são as características e as condições propícias para aproveitar bem todas as chances.

Foi assim na carreira de Helen Hilário, gestora de projetos do NIT/FeliciLab, que desde muito jovem soube aproveitar a sua visão de futuro e começou a construir sua carreira em tecnologia da informação e comunicação: “No meu caso não foi necessariamente uma escolha, eu sempre digo que não fui eu que escolhi trabalhar com TI, mas que eu soube valorizar as oportunidades que a vida colocou no meu caminho.”

Helen nasceu no Rio de Janeiro, sendo a segunda dos oito filhos de Dona Francisca Elias. Em 1993, veio com a mãe e todos os irmãos de volta para a terra materna, em busca de melhores condições de vida. Aproveitar as oportunidades era uma questão de sobrevivência, e assim ela encontrou a força necessária para seguir em frente através dos estudos e cursos de capacitação de jovens para as áreas tecnológicas.

“Entrei nesse universo a partir de um curso de informática básica em 1994, num projeto social chamado ABC – Aprender, Brincar e Crescer! A partir daí as oportunidades foram surgindo e fui fazendo valer a pena. Sempre com o pensamento de que não importa se o que eu estiver fazendo for minha obrigação ou não, sempre farei o melhor possível. Assim, trabalho com tecnologia da informação e comunicação desde 1996.”

Com 25 anos de experiência na área, Helen tem formação em Análise e Desenvolvimento de Sistemas e especializações em Gerenciamento de Projetos – Visão PMI e Gestão para Resultados, com foco no serviço público. Os primeiros dez anos de sua trajetória profissional aconteceram no setor privado, a maior parte desse tempo como designer gráfica.

Sua carreira deu uma virada de chave ao ingressar no serviço público, podendo contribuir para a construção de grandes melhorias na saúde pública e refletir quão significativa pode ser a diferença que nossa existência pode fazer na vida do outro, um grande propósito para Helen.

“Estou no serviço público desde 2006, quando comecei a trabalhar na Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE). Nesses 15 anos, trabalhei seis anos na assessoria de comunicação, onde fazia desde um simples layout para os informativos da Escola até desenvolver um site completo. E mais oito anos no Núcleo de Tecnologia da Informação e Comunicação (Nutic) como analista de sistemas.”

Até ser incorporada pelo NIT/FeliciLab, onde está desde março de 2020:

“Atualmente tenho o prazer e a felicidade de participar desse momento de grandes transformações por meio da inovação na saúde pública do Ceará e no SUS. Amo ler e aprender coisas novas. Amo o trabalho que faço e amo meus filhos, Elena, uma linda moça de 17 anos e o Nicolas, um rapazinho super sabido de 9 aninhos.”

 

 

 

 


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A TI que muda o mundo

 

Estimativas da ONU afirmam que em 2050 pouco mais de dois terços da população mundial (68%) viverá em centros urbanos, o que significa que haverá 2,5 bilhões de pessoas a mais nas cidades.

Nesse cenário, a TI surge como protagonista. Ela pode sanar problemas reais da sociedade e revolucionar a vida das pessoas, possibilitando crescimento sustentável de, processos, projetos e produtos das mais diferentes naturezas, em escala global. Essa foi uma das motivações que fez Helen se apaixonar pela área.

Além disso, é preciso aliar criatividade e inteligência, mas também é necessário investimento. De acordo com relatório do Banco Mundial, o Brasil está na 56ª posição entre 138 países em acesso à TI. Quando o tópico é uso, o País cai para o 110º lugar. Há muito a ser feito para ampliar e assegurar o fortalecimento do ecossistema global de transformação digital.

“O que mais gosto na área de TI é a possibilidade real de mudar o mundo por meio dos diversos segmentos que a área oferece, seja desenvolvendo um pequeno sistema ou trabalhando em grandes projetos. O que menos gosto é quando não há valorização do trabalho realizado, como se fosse algo banal.”

 

Desafios da carreira e políticas públicas para os jovens

 

É preciso perceber que grandes oportunidades carecem de uma visão positiva, otimista e certamente cheia de desafios, principalmente pelas mulheres.

Elas estudam mais, são maioria nas universidades, mas, ainda assim, representam apenas 20% dos profissionais quando o assunto é atuação no setor tecnológico. As áreas de exatas são muitas vezes dominadas pela presença dos homens, o que, segundo estudos, está ligado diretamente à nossa cultura e aos padrões da sociedade.

Aquelas que ultrapassam essa barreira enfrentam ainda outros desafios, como a discriminação de gênero no ambiente de trabalho. Uma pesquisa realizada pelo site Catho em parceria com a UPWIT (Unlocking the Power of Women for Innovation) mostrou que mais da metade das mulheres já sofreram discriminação no setor. Além disso, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estáticas), 34% das mulheres que atuam no setor de TI ganham menos do que os homens, mesmo apresentando maior expertise no assunto.

Helen conta que percebeu uma certa desigualdade de gênero quando era estudante, mas na sua percepção, atualmente a participação de mulheres na TI aumentou bastante:

“Na época da faculdade eu sentia mais essa questão da desigualdade de gênero, na minha turma de 42 alunos apenas 4 eram mulheres. Eu penso que o principal fator que dificulta o ingresso das mulheres na TI é mais uma questão cultural. Infelizmente ainda tem muitas pessoas pensando que áreas como tecnologia, programação e inovação não são áreas de estudo para as mulheres. O gênero de uma pessoa não define sua capacidade, nesse aspecto, somos todos iguais.”

Com um setor que não para de crescer e que é considerado uma das áreas mais promissoras, a tendência é que haja cada vez mais vagas, o que influencia nos negócios das empresas. Desse modo, a solução mais eficiente é o recrutamento de mulheres, pois além de resolver o problema de falta de profissionais, trabalhar em empresas e governos que valorizam a diversidade é cada vez mais importante para esse mundo em constante transformações.

“Ao longo da história da tecnologia, percebemos que muitas mulheres fizeram a diferença mostrando todo seu potencial ao apresentarem soluções para problemas que ninguém mais conseguiu resolver. Se pegarmos como exemplo nosso grupo de trabalho atual do NIT/FeliciLab, onde quase 50% são mulheres, das 40 pessoas que compõem o time, 18 são mulheres das mais diversas áreas do conhecimento e que estão trabalhando com inovação na saúde.”

Felizmente, o conhecimento está infinitamente mais acessível do que quando Helen começou na área de TI. Se antes, para se aprender algo novo precisava conseguir um livro emprestado sobre o assunto para estudar, hoje o conhecimento está a um clique de distância, sendo peça chave para inovar em qualquer área, principalmente em TI.

A gestora de projetos reconhece a importância das políticas públicas que atravessaram o seu caminho e do investimento na capacitação dos jovens para ingressarem na área de tecnologia.

“Quero ressaltar a importância das políticas públicas e o investimento na capacitação dos jovens para ingressarem na área de tecnologia. Embora, atualmente, exista um universo de informações disponíveis, ainda é necessário guiar nossos jovens para que eles sigam o melhor caminho possível conforme seu potencial for sendo desenvolvido. Eu, por ter ingressado na área por meio do Projeto ABC e ter feito faculdade como bolsista do ProUni, sou exemplo da diferença que as políticas públicas fazem na vida das pessoas e o quanto aumentam as chances dessa pessoa fazer a diferença na sociedade em que vive.”

 


CONTINUE NO ESPECIAL MULHERES NA TI

No último episódio do nosso especial, vamos mostrar que equidade, a diversidade e a inclusão importam em todos os campos e em TI, não é diferente.